terça-feira, 21 de agosto de 2012

Como decorar um vaso com tecido

Molde para forrar um vaso
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Aposto que assim que viram esta imagem uns bons 84% de vós disse ou pensou numa ou duas palavras menos glamorosas. Pois é! É com isto que eu tenho que lidar todos os dias, vejam só a minha sina. Como é que o raio do homem, depois de ter passado pela matemática há mais de dez anos, ainda se lembra destas coisas?! Mas ainda bem que pelo menos um de nós ficou com isso na cabeça. Como o tecido que escolhi tem um padrão todo rococó, dei por mim a dar cabeçadas na parede por não saber como colar a coisa de maneira a que o padrão ficasse direitinho no vaso. Estava eu nesta angústia e aparece-me o marido à entrada da sala.
- Calma, amor! Eu salvo a situação!
Por breves segundos ia jurar que o vi a abrir a camisa e ouvi um ta-tara-taaan como som de fundo. Sacudi ligeiramente a cabeça para afastar esta imagem do pensamento e concentrei-me no que interessava. Ele lá me explicou que ia fazer um molde em papel exactamente com o formato necessário para colar o tecido certinho no vaso e sem desperdícios. Nem por um instante hesitei de que ele seria capaz. Tenho um homem muito prendado, benzó Deus!

Perfeccionista como é, até me admirava se ele não aproveitasse o momento para brincar aos engenheiros. É como se de um doce se tratasse. Saliva como um menino pequenino. Fechou-se no seu mundo encantado e brincou deliciado com seno e co-seno, raiz quadrada, somas, subtracções, multiplicações e divisões, embalado ao ritmo do som dos cliques do rato enquanto desenhava uma série de linhas rectas e curvas, como quem dança a valsa da trigonometria. Isto só visto!

Compasso improvisado

Após umas horas o homem lá saiu da sua pequena caixa - porque ouvi dizer que os homens têm uma caixa para cada coisa dentro do cérebro - e apressou-se a chamar-me muito orgulhoso no resultado final.
- Hã?! Que tal? Brutal, não?
- Sim querido... Está lindo!
Às vezes o melhor é não contrariar e deixarmo-nos ir na onda.
- E agora como é que crias esse modelo em papel à escala real?
- Olha... com um compasso, como é que havia de ser?
- Pois é! Por acaso já te lembraste que não temos nenhum compasso?
- Pois não... Já sei! Queres ver outra cena brutal?
Perguntou-me ele com um sorriso malandro. Até me arrepio toda quando ele se entusiasma assim. Então foi vê-lo a sacar da agulha de ponto cruz e do fio com que coseu a rede sombreira. Fixou a agulha na união das três partes amovíveis da nossa mesa da sala de estar, mediu milimetricamente uma das distâncias que calculou com afinco e ajustou o comprimento do fio com precisão usando um dos nós xpto. Fixou uma extremidade à agulha e na outra prendeu um lápis porta minas. Pronto! Temos um compasso 100% fiável.

Agora é só recortar o papel, o tecido usando o modelo calculado e rezar para que a cola que comprámos sirva para o efeito de decoração pretendido.

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