quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Ora apreciem lá esta bela peça de artesanato

Gostaram da nossa vaquinha? Ainda não é uma vaca verdadeira, nem dá leite fresco pela manhã, é apenas um mealheiro de barro em forma de vaca, mas por agora já estou satisfeito. Já temos a vaca na varanda! Iupiii!!!

Carro de bois em miniatura
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Continuando a história, quando chegamos a casa dos sogros dela, meus pais, não me contive e fui logo contar a novidade. Foi uma risada geral, o pessoal adorou a vaca e como não podia deixar de ser a nossa horta na varanda foi motivo de conversa quase todo o dia. Vai daí o Rezunga, meu tio padrinho, irmão do meu pai e meu grande amigo, lembrou-se de uma autêntica obra de arte de artesanato que construíra no tempo em que esteve emigrado no Luxemburgo: umas miniaturas de um carro de bois e de dois instrumentos para lavrar a terra, nomeadamente um arado e uma charrua. A nossa vaca mealheiro fizera-o lembrar que ainda lhe falta esculpir duas vacas em miniatura para concluir a obra. Infelizmente em Portugal a vida é mais dura e ainda não lhe deu a oportunidade para libertar o artesão que nele existe.

Arado em miniatura Charrua em miniatura

Pedreiro de profissão, agricultor e inventor nas horas vagas, o Rezunga sempre foi uma referência na minha vida. Quando eu era uma criancinha pequenina - agora sou uma criancinha grande - lembro-me dele ficar até às tantas à martelada na garagem. Desde que o conheço que anda sempre a inventar, não consegue sossegar um momento, só quando a maldita hérnia o manda cansar o sofá. Acho que aprendi isso com ele.

Enfim! O carro de bois trás-me boas memórias. Sou natural de uma aldeia pequenina nos arredores do Baixo Mondego e cresci no seio de uma família com muitas limitações financeiras - não é que agora eu viva à grande, mas pelo menos já conheço mais transportes para além de um burro coto - que retirava boa parte do seu sustento da terra que cultivava. Naquele tempo apanhar batatas, descascar milho, vindimar, etc. era o mais parecido com uma festa que eu conhecia. A entreajuda era constante entre as pessoas mais próximas e sempre que o tio Manel estava presente, o carro de bois era sinónimo de parque de diversões.

Para os mais curiosos, a garrafa que está na imagem não é nenhuma miniatura e tem cinco litros de Whisky dentro.

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